TSE deixa Bolsonaro inelegível até 2030 por abuso do poder político. “Tomei uma facada nas costas”, diz ex-presidente

Nesta sexta-feira (30) o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tornou o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) inelegível. O ex-mandatário foi condenado, com o placar de 5 a 2, pelos ataques que fez ao sistema eleitoral brasileiro durante reunião com embaixadores, em julho de 2022. O TSE entendeu que houve abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.

Com a decisão, o ex-presidente da República está impedido de concorrer a qualquer cargo eletivo por oito anos, a contar de 2022. Ou seja, não poderá disputar as eleições de 2024, 2026, 2028 e 2030.

“Tomei uma facada nas costas”

Nesta tarde o ex-presidente se pronunciou pela primeira vez após ter se tornado inelegível pelos próximos oito anos.

“Há pouco tempo, levei uma facada na barriga. E hoje tomei uma facada nas costas com a inelegibilidade e abuso de poder político“, afirmou Bolsonaro à imprensa, em um restaurante em Belo Horizonte.

Ministro Benedito Gonçalves atuou como relator da ação eleitoral no TSE

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Na Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) julgada, o Partido Democrático Trabalhista (PDT) acusou Jair Bolsonaro de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante reunião do então presidente com embaixadores estrangeiros, no Palácio da Alvorada.

Segundo o partido, o ex-presidente atacou, no evento, as Cortes do TSE e do Supremo Tribunal Federal (STF) e afirmou, sem apresentar nenhuma prova, que os resultados das eleições gerais de 2022 proclamados pela Justiça Eleitoral não seriam confiáveis.

Além disso, o PDT afirma que houve violação ao princípio da isonomia entre as candidaturas, configurando abuso de poder político o fato de a reunião ter ocorrido na residência oficial da Presidência da República e ter sido organizada por meio do aparato oficial do Palácio do Planalto e do Ministério das Relações Exteriores.

Ao dar seu voto, antes de iniciar a proclamação do resultado, o presidente da Corte, ministro Alexandre de Moraes, afirmou que a decisão é “a resposta que a Justiça Eleitoral dará a essa questão”. Segundo ele, o TSE confirma “a fé na democracia, no Estado de Direito, porque diferentemente do que se pretendeu divulgar nos últimos dias, principalmente pelas redes sociais, o TSE em nada está inovando”, afirmou.

“Nenhum candidato e especialmente o investigado nessa ação, Jair Bolsonaro, poderia alegar desconhecimento sobre posicionamento desta Corte Eleitoral das principais premissas que deveriam ser observadas para as eleições de 2022”.

Confira como votou cada ministro:

  • Benedito Gonçalves: a favor da inelegibilidade;

  • Raul Araújo Filho: contra a inelegibilidade;

  • Floriano de Azevedo Marques: a favor da inelegibilidade;

  • Ramos Tavares: a favor da inelegibilidade;

  • Cármen Lúcia: a favor da inelegibilidade;

  • Nunes Marques: contra a inelegibilidade;

  • Alexandre de Moraes: a favor da inelegibilidade.

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Com informações de Metrópoles