VÍDEO! “Pés de barro”: ex-assessora diz à PF que recebeu ordem de Wilson Santiago para buscar R$ 30 mil em hotel. Deputado nega

Brasília, Distrito Federal, 19 de dezembro de 2019, às 19h29. Uma mulher identificada como Rosalina entra em um quarto de um hotel em Brasília-DF com uma missão: buscar dinheiro e supostamente entregar ao deputado federal Wilson Santiago, do partido Republicanos, do estado da Paraíba. O conteúdo consta em um vídeo gravado pela Polícia Federal durante as investigações da Operação Pés de Barro, ao qual o Blog do Levi teve acesso, com exclusividade.

Nas imagens é possível ver Rosalina pegando a quantia de R$ 30 mil com o empresário responsável pela obra da Adutora da Capivara, em Uiraúna, Sertão paraibano. Em seguida, Rosalina põe o dinheiro em uma pasta de cor azul e deixa o hotel. Ela é seguida por veículos descaracterizados e filmada por um drone. Às 19h51 um carro chega à residência de Wilson Santiago. Minutos depois ela segue em direção ao interior do imóvel. Toda ação é controlada pela Polícia Federal, que diz ter encontrado a caixa azul usada para o transporte do dinheiro, na casa do deputado.

Em depoimento prestado à PF, Rosalina confirma que esteve hotel, a mando de Santiago.

“Eu fui lá receber um valor. Quem me pediu foi o escritório. Foi o diretor da empresa. Os sócios da empresa orientaram. Ele, José Wilson Santiago. Sim, ele pediu”, diz a mulher quando perguntada pela autoridade policial sobre o que foi fazer no hotel onde estava o delator do esquema que investiga corrupção.

No depoimento, Rosalina admite ter trabalhado como assessora do parlamentar e funcionária das empresas da família de Wilson. Perguntada, ela cita os nomes de Wilson Santiago e a esposa dele, Maria Suely Alves de Oliveira, como seus chefes e sócios da empresa WS Investimentos Administrativos Ltda.

Assista ao vídeo:

A Polícia Federal só identificou Rosalina após as diligências da “Pés de Barro”, que culminaram com as prisões do ex-prefeito de Uiraúna, João Bosco Nonato Fernandes, empresários e ex-assessores do deputado. Até então ela era tratada pela polícia como mulher não identificada.

O depoimento de Rosalina foi remetido pela PF ao Supremo Tribunal Federal (STF) e solicitado pela defesa do delator e pelo Ministério Público Federal (MPF) que ela fosse ouvida como testemunha referida. A defesa de Santiago, por sua vez, se opôs alegando que “numa das audiências foi franqueado prazo para que fosse arrolada, e a questão ficou preclusa”.

Ao negar o pedido para que Rosalina fosse incluída na instrução como testemunha, a juíza que conduziu a audiência na 16ª Vara Federal, entendeu que “sua oitiva deveria ter sido requerida antes do encerramento desta”, complementando que “no dia 04/10/22 essa falha na instrução foi expressamente advertida pelo juízo”.

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Após negar a inclusão do depoimento de Rosalina, a magistrada afirmou que “possivelmente tal vídeo se encontra na PET que ainda virá do STF”.

A defesa de Wilson

Em depoimento prestado à Justiça Federal no dia último dia 16 de junho, Wilson Santiago se defendeu sobre a acusação relacionada aos R$ 30 mil encontrados em uma caixa azul, levada a sua casa pela ex-assessora Rosalina.

O deputado afirmou que sacou o dinheiro de uma conta pessoal, pois há na Câmara dos Deputados uma conta de verba indenizatória para pagamento de pequenos fornecedores que não possuem contas jurídicas para receber valores pelos serviços prestados ao seu mandato.

Wilson explicou à juíza que as cédulas sacadas pelo seu funcionário eram de R$ 100 e não de R$ 50, como aparece nas imagens gravadas pela Polícia Federal.

“O dinheiro que foi filmado era em nota de R$ 50,00; já começa a diferença, o dinheiro que a polícia levou para fazer monitoramento era em notas de R$ 50,00; a polícia estava fazendo operação controlada, mas não tiveram cuidado de anotar a série das notas”, disse.

Santiago ainda falou que solicitou perícia da PF na caixa azul apreendida, mas obteve a resposta do delegado de que o trabalho não seria possível devido a superfície da caixa não ser lisa, mas que mesmo assim contratou um perito credenciado.

“A estranheza é que a polícia não fez; supõe-se que não encontrou as digitais e por isto não tiveram interesse em colocar lá; isto identifica a falta de interesse de concretizar a investigação, tudo ficava pelo meio de caminho”, questionou.

Clique AQUI e confira a íntegra do depoimento de Wilson Santiago!

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