VÍDEO! Dona Lúcia fala sobre o caldo de mocotó do Zelão em SBC, família, morte por Covid-19 e as origens no Sertão da PB

É fácil imaginar que grande parte dos nordestinos tenha frequentado ou conheça alguém que já esteve provando do caldo do mocotó servido no restaurante Cantina do Zelão, um dos lugares mais conhecidos na cidade de São Bernardo do Campo, região do ABC paulista.

Com exclusividade para o Blog do Levi, a empresária Lúcia de Fátima Alves Dantas, viúva do empresário José Dantas Irmão, conhecido por Zelão, o rei do caldo de mocotó na região do Grande ABC, contou a trajetória de sucesso do marido, com quem conviveu por quase 50 anos, desde quando se conheceram em São Francisco, município de 3.137 habitantes, localizado região polarizada por Sousa, no Sertão da Paraíba.

Tendo trabalhado como peão na Paraíba e metalúrgico em São Paulo, Zelão iniciou no comércio (Boteco do Zelão) em 1977 na rua Marechal Deodoro da Fonseca, próximo ao Sindicato dos Metalúrgicos de SBC. Com o sucesso do caldo de mocotó e outras iguarias do Nordeste, o paraibano de origem simples cresceu ao ponto de ter quatro restaurantes e um açougue na região em que mais mora nordestinos no estado de São Paulo.

“As coisas de Deus não dá pra gente explicar, porque eu acredito muito que só Deus pra explicar o inexplicável. Como eu posso explicar tudo que aconteceu na nossa vida toda”, disse ao se referir ao sucesso do caldo de mocotó e os negócios da família.

Assista ao vídeo:

O local atrai clientes de todas as camadas sociais, especialmente os nordestinos. Com a boa aceitação do produto principal, empresários, políticos e famosos da TV frequentam o estabelecimento. Já sentaram na mesa com Zelão figuras como o presidente Lula, o apresentador Ratinho, o cantor Frank Aguiar, entre outros.

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O caldo de mocotó deu início em 1977 a uma grande união de temperos e sotaques que tornou a Cantina do Zelão um dos pontos de referencia do Grande ABCTodos os dias, das 5 da manha até a meia noite, o casal tentava conciliar o trabalho no pequeno negócio, com as tarefas familiares que a cada dia aumentavam.

Na época, esperançosos por uma vida melhor, boa parte dos irmãos, primos, sobrinhos, enfim, um batalhão de Alves e Dantas, também deixou a Paraíba para tentar a sorte na cidade grande. Ainda bem que em casa de nordestino tem sempre lugar para mais um e se não tem cama, é só armar uma rede. Assim com uma casa cheia de redes que os negócios começaram a prosperar.

Em 1989, foi inaugurada a Cantina do Zelão na Rua Jurubatuba nº 926. O trabalho mudou, mas não diminuiu.

“Trabalhávamos feito jegue baiano”, contou brincando – certa  vez – Dona Lúcia em uma entrevista à imprensa paulista, ao se lembrar dos tempos mais difíceis. Hoje, a luta é por manter a qualidade, o ambiente familiar e um publico que além de muito diversificado, se mantêm fiel desde os tempos do sindicato.

Lamentavelmente Zelão faleceu no dia 31 de janeiro de 2021, vítima das complicações decorrentes da Covid-19, mas deixou um legado de simplicidade para a família, funcionários e amigos.

As paredes da Cantina do Zelão, inaugurada em 1989 na Rua Jurubatuba, são decoradas com quadros trazendo reportagens do estabelecimento, a maior parte publicada pelo Diário do Grande ABC.

Ao tecer inúmeros elogios enquanto pessoa, pai, marido, patrão e amigo, Dona Lúcia Alves Dantas não poupou palavras para dizer o quanto Zelão foi importante na sua e na vida de várias pessoas.

“Ele se importava demais com o ser humano. Tinha um coração que não era só generoso, tinha algo mais que isso. Eu acho que só Deus pra explicar como era Zelão. Por tudo que ele fez, por tudo que ele deixou, a gente tem que continuar”, finalizou

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Imagens: família, internet, redes sociais e Diário do Grande ABC