EXCLUSIVO! Myriam, Lafayette e Maria Alice: os filhos de Salomão e Aline contam tudo sobre a vida após a morte dos pais


Pela primeira vez após 7 anos e oito meses da morte do ex-prefeito de Sousa, Salomão Gadelha e 11 anos e sete meses do falecimento da ex-secretária de Saúde, Aline Pires Gadelha, os filhos do casal falam juntos a uma equipe de imprensa. Na sala da avó materna em Sousa, Myriam, 28 anos, Lafayette, 27 anos e Maria Alice, 18 anos, receberam gentilmente o programa Cidade Notícia (rádio Líder FM), o Blog do Levi e o portal Diário do Sertão.

A primeira impressão é que os três filhos de Salomão e Aline, apesar dos traumas da dupla perda em 2010 e 2006, se recuperaram emocionalmente e construíram seus próprios caminhos. Hoje, Lafayette e Myriam são formados em Direito, enquanto Maria Alice está no primeiro ano de faculdade, igualmente seguindo os passos dos irmãos na advocacia.

“Quando eu tô chegando em Sousa, principalmente quando estou dirigindo eu sempre fico um pouco zonza quando fica naquela área. E eu sempre fico me perguntando qual é a estradinha vicinal de onde vinham as motos das quais ele desviou e ai o carro virou”. Myriam.

Angústia, desânimo e desespero

Bastante firme nas palavras, Myriam falou das angústias, momentos de desânimo e até desespero com a ausência dos genitores. Consciente disso, a solução encontrada foi afastar o pensamento sobre o que os pais (se vivos) poderiam opinar em função das situações vividas pelos filhos. “Busco olhar como eles se comportaram em determinados momentos e por alguma analogia utilizo a força e a determinação deles”. Explicou.

Uma mulher na Prefeitura?
Questionada sobre possibilidade de disputar mandato, Myriam revelou que se identifica com o Poder Executivo e que tem conversado com a família sobre o assunto. “Embora eu me sinta muito útil na advocacia, acredito que me sentiria muito mais útil na política podendo fazer algo realmente efetivo pelas outras pessoas”. Concluiu.

Potencial político
Para Lafayette um dos momentos em que mais os pais fizeram falta foi no dia da vitória como vereador em 2012. “Contabilizo aquela eleição e aqueles votos que tirei basicamente pela história, pela memória e pelo legado dos meus pais”. Lembrou.

O jovem advogado frisou ainda que Salomão via nos filhos um potencial político pela frente e aproveitou, junto com a irmã mais velha, para relatar a dificuldade que teve para registrar a candidatura com tantas batalhas judiciais, inclusive dentro do Partido dos Trabalhadores.

“Se eu pudesse escolher e dizer assim: olha eu queria que meus pais tivessem voltado nesse dia eu escolheria possivelmente o dia do resultado das eleições de 2012”. Lafayette.

O aprendizado e o tamborete
Maria Alice relembrou como Salomão influenciou em sua formação. A caçula disse que aplica os ensinamentos respeitando as diferenças, não guardando ódio ou rancor. Ela destaca o fato de ter conseguido ‘se virar’ sozinha e se tornar independente tão nova.

Em detalhes, Alice conta um momento de felicidade vivenciado na companhia do pai durante uma apresentação teatral e quando perguntada, sentenciou sobre o que fazer na hora de segurar o choro. “Eu procuro sempre lembrar dos meus pais… Peço um abraço, um afago… E assim a gente vai vivendo”.

Em relação aos famosos comícios do tamborete na campanha de 2010, a jovem universitária confessou que os ensaios aconteciam em casa quando Salomão pedia para ela subir numa cadeira e fazer discursos a respeito de assuntos da escola. “Minha filha vamos fazer um teste aqui. Finja que você está num palanque”. Relembrou.

“Os meninos sempre falam que ela era muito espirituosa e cheia de vida e bonita. E mais bonita ainda por dentro. Então eu tive duas pessoas muito belas”. Maria Alice.

Reportagem: Levi Dantas
Fotos e vídeo: José Dias Neto