VÍDEO! Sargento Pinheiro é denunciado por feminicídio e homicídio em Marizópolis. Acusação busca a pena máxima

O sargento da Polícia Militar José Almi Pinheiro, de 51 anos de idade, foi denunciado nesta sexta-feira (18) pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) pela morte da ex-esposa, Francisca Carla Veríssimo Ramalho, de 30 anos, e do comerciante Adriano Pereira Alves, de 34 anos. O crime aconteceu no início da noite de 6 de maio, em Marizópolis, Sertão da Paraíba. Confira vídeo sobre a perícia do crime no final desta matéria!

As informações estão na denúncia apresentada pela promotora Juliana Cardoso Rocha. Procurada pelo site G1, a Promotoria de Sousa informou que não vai se posicionar sobre o caso. O portal também não teve acesso à defesa do PM, que trabalhava para o 14º Batalhão PM de Sousa.

Vítimas não tiveram chance de defesa

Vítimas de homicídio e feminicídio em Marizópolis. Foto: redes sociais

Segundo o Ministério Público, o policial agiu por vingança e ciúmes. Ele foi denunciado por feminicídio com agravantes de violência doméstica, meio cruel e surpresa, e por homicídio triplamente qualificado, por motivo de ciúmes, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima.

A denúncia detalha que Carla Veríssimo estava na calçada com três crianças quando o sargento chegou com os faróis do carro apagados. Ele desceu armado do veículo e atirou quatro vezes contra ela, inclusive quando já estava no chão. Em seguida, trocou de arma e atirou 10 vezes contra Adriano, que havia se escondido no banheiro do local.

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Os laudos confirmaram que os disparos foram à curta distância. As armas usadas foram apreendidas com o sargento, e exames de balística comprovaram que os projéteis encontrados nas vítimas partiram delas.

Após o crime, José Almi fugiu para o estado do Ceará e se entregou na cidade de Iguatu, onde foi preso em flagrante, ainda com as duas pistolas.

Carla e Adriano foram mortos no Centro de Marizópolis. Foto: redes sociais

Advogado das famílias quer pena máxima

De acordo com o advogado das famílias das vítimas, Abdon Lopes Furtado, a motivação do crime está diretamente ligada ao fim do relacionamento.

“O entendimento nosso não duvida que foi ele. Ele estava insistindo na volta do relacionamento, foi um meio cruel e um motivo de ciúmes. A acusação vai buscar a pena máxima”, afirmou o advogado.

Segundo o MPPB, Carla havia rompido com o sargento cerca de um mês antes do crime. A mãe da vítima relatou que o relacionamento era marcado por agressões e ameaças. Após o fim da união, Carla voltou a morar com a família e passou a trabalhar com Adriano, amigo de infância.

Familiares disseram que o sargento chegou a ameaçar a vítima, dizendo que, se ela fosse a festas ou se envolvesse com outra pessoa, “iria se arrepender”.

O processo tramita na 1ª Vara Mista da Comarca de Sousa. A promotora de Justiça pediu a manutenção da prisão preventiva e o envio da denúncia à Corregedoria da Polícia Militar da Paraíba.

O militar foi denunciado pelos crimes de:

  • Feminicídio (Art. 121-A do Código Penal), com agravantes de meio cruel, surpresa e violência doméstica;

  • Homicídio triplamente qualificado (Art. 121, §2º, incisos I, III e IV do Código Penal), por motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa.

O caso deverá ser julgado pelo Tribunal do Júri Popular.

Carla e Adriano foram atingidos por armas de diferentes calibres

Dois dias após o fato, o diretor do Numol, unidade de Cajazeiras, confirmou que a comerciária Francisca Carla Veríssimo Ramalho foi atingida com quatro disparos de arma de fogo e o patrão dela, o comerciante Adriano Pereira Alves, foi alvejado com 10 disparos de arma de fogo.

Em entrevista ao programa Cidade Notícia, da rádio Líder FM de Sousa, o perito médico legal Luiz Rustenes Fernandes, disse que as vítimas morreram com tiros efetuados por armas de diferentes calibres, alguns inclusive, à queima-roupa.

“A vítima do sexo feminino foi alvejada por quatro disparos, ela tinha quatro entradas, dessas quatro entradas nós localizamos duas saídas e conseguimos achar dois projéteis. Em relação ao rapaz ele foi alvejado por 10 disparos, ele tinha 10 orifícios de entrada, tinha seis orifícios de saída e a gente conseguiu recuperar também projétil. Os ferimentos de entrada na jovem eram de um calibre mais alto e no rapaz um calibre”, explicou.

Assista ao vídeo: