O vice-prefeito de Marizópolis, Jeferson Vieira (PT), trouxe novos e contundentes questionamentos sobre a denúncia de fraude na aplicação das provas do Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) no município. Em entrevista ao programa Olho Vivo, da TV Diário do Sertão e rádio Líder FM, nesta terça-feira (16), o petista repercutiu a denúncia protocolada pelo vereador Carlos José (PSDB) ao Ministério Público da Paraíba (MPPB).
O núcleo da acusação reside na suposta exclusão estratégica de alunos com desempenho abaixo da média das listas do Censo Escolar do INEP, além de uma “encenação” onde esses estudantes teriam feito uma prova falsa em local separado. Jeferson foi enfático ao cobrar responsabilidades de quem detém a caneta na gestão educacional.
Assista ao vídeo da TVDS:
Isenção dos professores e poder institucional
Jeferson fez questão de separar a conduta dos docentes da responsabilidade administrativa.
“O professor de Marizópolis não participa da prova do SAEB. Não tem como os aplicadores serem culpados, porque eles vêm de fora e não sabem da existência daqueles alunos”, pontuou. Para o vice-prefeito, a falha ocorre na origem dos dados: “Quem fez a omissão desses alunos do censo do INEP é que tem que responder”.
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Ao ser questionado sobre quem teria a capacidade de operar tal manobra, Vieira sugeriu que a resposta é óbvia para a população local, embora exija cautela jurídica.
“Marizópolis toda sabe quem tem poder institucional para operacionalizar a suposta fraude. (…) Quem tem poder para omitir o nome dos alunos do censo do INEP?”, indagou.
Um dos pontos mais sensíveis da denúncia é o destino dado aos alunos que não constavam na lista oficial. Jeferson levantou dúvidas sobre o que ocorreu na Creche Doroteu dos Santos Passos no dia da avaliação nacional.
“Essas pessoas foram ou não foram levadas para a Creche Doroteu no mesmo dia e horário da aplicação da prova do SAEB para fazer uma atividade lá que não correspondia à prova?”, questionou, acrescentando: “Se não fizeram a prova oficial, por que não fizeram?”.
Rebatendo o sindicato
O vice-prefeito também manifestou estranheza com a postura da presidente do Sindicato dos Servidores Públicos, Carleide Gomes Bento Casimiro, que se disse ofendida com as denúncias. Segundo o vice-prefeito, a realidade entre os servidores é oposta.
“Vi a entrevista da presidente do sindicato se dizendo ofendida… o que não é a verdade. Conversei com alguns professores; eles estão uns tranquilos e outros felizes por ter aparecido quem falasse”, afirmou, reiterando que “os professores de Marizópolis não têm nada a ver com a denúncia do SAEB”.
O caso agora segue sob análise do Ministério Público, que investigará se houve maquiagem de dados para inflar artificialmente o IDEB do município.
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