Reportagem especial das TVs Paraíba e Cabo Branco, afiliadas da Rede Globo, mostram o descaso em obras públicas no município de Marizópolis, Sertão paraibano. Imagens e depoimentos comprovam o descaso em uma policlínica, em um posto de saúde e em uma escola, obras abandonadas pela atual e outras administrações. Confira o vídeo no final da reportagem!
A Policlínica municipal está há quase uma década e que nunca foi finalizada. Atualmente, a obra, totalmente abandonada, tem lajes danificadas e paredes caindo.
Francisco José, que é agricultor, chegou a comemorar à época o fato de ter uma unidade de saúde bem perto de casa. Mas logo a comemoração de transformou em decepção.
“Quando tudo começou, isso era motivo de festa. Foi aplaudido e foi colocado em teoria. Porque na prática, só subiram as paredes”, reclama entristecido.
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A obra começou em 2015, foram gastos R$ 600 mil, nunca foi finalizada. Um erro de execução emperrou tudo. E, em meio a tudo isso, a população é que fica desamparada.
“A gente é muito dependente de Sousa. Até uma benzetacil, se a gente quiser tomar, tem que ir para Sousa. Porque aqui não tem estrutura para receber”, critica a merendeira Edilamar Rodrigues.
O atual secretário de Saúde de Marizópolis, Rodrigo Melo, enfatiza que os problemas são de gestões passadas. E diz que está trabalhando para reiniciar a obra. Mas admite ao mesmo tempo que, os R$ 500 mil que eles tentam captar na Caixa, não seriam suficientes para concluir o projeto.
Também em Marizópolis, na Comunidade de Riachão, um posto de saúde e uma escola foram prometidas e iniciadas. Mais uma vez, ambos foram completamente abandonados. Mesmo com toda a verba investida, pouco foi feito.
O agricultor Wanderley da Silva, por exemplo, lamenta a dificuldade de levar as crianças para a escola. Seria tudo mais fácil se a obra fosse concluída, mas isso não está nem perto de acontecer.
“É um prejuízo grande”, resume, destacando que as alternativas estão longe, ou em São João do Rio do Peixe, ou num assentamento que fica distante.
Também agricultor, Francisco Geraldo da Silva completa: “A gente ficou satisfeito. Era bom para as crianças, para nós. Tudo seria mais fácil”.
Assista ao vídeo:
Auditor fiscal do Tribunal de Contas da União (TCU), Rômeo Brandão analisa os casos e diz o que pode acontecer em casos como esse:
“Existe o processo de responsabilização do gestor, com aplicação de multa, eventualmente, e também um processo de cobrança por ressarcimento pelos prejuízos causados quando se identifica que houve alguma irregularidade e que o gestor deu causa à paralisação por negligência, por imperícia, ou mesmo por um ato ilícito, um ato irregular intencional”.
Tiago Misael, por sua vez, que é procurador do Ministério Público Federal (MPF), fala em “conjunto de responsabilizações” que envolve o engenheiro fiscal, quem pagou e a empresa que recebeu.
Por meio de nota, a Prefeitura de Marizópolis afirmou que a construção da escola e da creche na Comunidade Riachão foi paralisada na gestão anterior e está fazendo estudos para saber como vai concluir ou mesmo se vai concluir a obra.
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Imagens: TV Paraíba/TV Cabo Branco