A pequena Francielle, de apenas nove anos de idade, sofria desde o nascimento com perda de urina constante, situação em que não há o controle voluntário do ato de urinar. Especialistas afirmam que essa conjuntura traz muitas dificuldades para o cotidiano dos pacientes, como o fato de “molhar” as roupas íntimas constantemente de urina e, também, o odor forte da urina impõe muitas restrições para os portadores dessa doença.
Com essa criança não foi diferente, chegando ao ponto de sofrer bullying na escola e chorar constantemente devido à perda urinária involuntária. Após muito tempo à procura do motivo da doença e de seu tratamento, o problema foi solucionado.
A menor sofria de uma alteração anatômica congênita na região dos rins, uma Duplicidade Ureteral. Do seu rim direito saíam dois canais (ureteres) condutores de urina, quando o normal é sair somente um. Um desses canais conduziam a urina do rim diretamente para a vagina. E como a vagina não tem a capacidade de armazenamento, toda a urina que nela chegava era perdida rapidamente para o meio externo sem que a criança tivesse o controle voluntário de sua diurese.
O médico responsável por diagnosticar e tratar a menor, o urologista Máximo Pinto, juntamente com os radiologistas Lucypaula Pinheiro e Túlio César, explica que essa é uma doença rara, que acomete cerca de 0,8% da população e afeta mais o sexo feminino. Ainda segundo ele, o tratamento é realizado através de cirurgia, que pode ser por via aberta ou por videolaparoscopia.
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O procedimento cirúrgico foi inédito no Sertão paraibano, em razão da raridade do caso e também por ter sido realizado por videolaparoscopia, uma cirurgia minimamente invasiva, feita com cortes pequenos na pele da paciente.
“Isso possibilita muitos benefícios, como uma alta hospitalar precoce, menor taxa de sangramento, pouca dor pós operatória, além de um efeito estético bem positivo quando comparado aos grandes cortes na pele da cirurgia convencional”, disse o urologista ao Blog do Levi.
Francielle foi operada na última sexta-feira (16) na cidade de Sousa e já no pós-operatório imediato à perda urinária contínua já não mais existia, fato que trouxe enorme alegria e emoção para a pequena paciente e para sua família que lutava há anos à procura da solução para o caso.
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