Uma equipe do SAMU conduziu uma paciente de Covid-19, de uma clínica particular para o Hospital Regional de Sousa, sem que nenhum servidor do órgão tivesse usado qualquer equipamento de proteção à doença transmitida pelo novo coronavírus, conforme recomendação do Ministério da Saúde, ou seja, o EPI (Equipamento de Proteção Individual), meios ou dispositivos destinados a serem utilizados por uma pessoa contra possíveis riscos ameaçadores da sua saúde ou segurança durante o exercício de uma determinada atividade.
O fato teria ocorrido no município de Sousa, Sertão da Paraíba, e a paciente atendida é uma mulher de 69 anos, a qual morava na cidade de Marizópolis, e que veio a falecer no último sábado (25), dia seguinte ao atendimento.
A solicitação para o atendimento da paciente foi realizada por uma funcionária da Centro de Imagem Dr. Péricles Neves. Por sua vez, o médico regulador do SAMU teria indagado se a mulher apresentava sintomas de síndrome gripal, tendo a funcionária dito que não. Logo após, um enfermeiro, um técnico e um condutor se deslocaram para realizar o atendimento, mas quando chegaram ao local perceberam uma situação aparentemente apontando para Covid-19.
O que diz o SAMU?
Procurada pelo Blog do Levi, a coordenadora geral do SAMU confirmou que a ocorrência foi solicitada pela funcionária da clínica, tendo esta dito que se não tratava de caso de síndrome gripal, após perguntada pelo médico regulador de plantão na base do SAMU.
“O médico regulou e perguntou duas vezes se a paciente tinha síndrome gripal, onde a solicitante respondeu que não. A equipe foi para o atendimento, chegando no local, teve o atendimento e foi passado o diagnóstico do paciente”, frisou Waleska Cristina de Oliveira Pinto.
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A coordenadora ainda explicou que “a equipe tem por obrigação andar paramentada, levar o EPI dentro da ambulância, caso se depare com caso suspeito, ou ligar para central e solicitar uma equipe paramentada, o que não foi feito”,
Segundo Waleska Cristina, todos (samuzeiros) têm EPI’s, todas as ambulâncias são desinfectadas ao chegar na base, assim como todo material e equipamento usados pelos funcionários (macacões), de acordo com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Por fim, a gestora informou que “no SAMU existe uma sala especialmente para desinfecção de óculos, protetores faciais, botas e macacões e a equipe está afastada do serviço devido ao contato com a paciente sem paramentação, mas todos estão com data marcada para serem submetidos a teste do novo coronavírus”.
A versão do centro de imagem
Durante o programa Cidade Notícia, da Rádio Líder FM nesta manhã, o médico radiologista Péricles Rodrigues Neves disse que a sua clínica não foi informada que a paciente era suspeita de Covid-19.
“Foi realizado raio-x de tórax e depois ela foi encaminhada para a sala de ultrassom. Chamo o SAMU imediatamente para levar a paciente para o Hospital Regional o mais urgente possível. Eu não tinha e não tenho, e nem o médico tem a condição de dizer que a paciente teve uma doença grave. Quando chega o resultado do raio-X foi que eu vi que ela estava com um quadro de pneumonia ou edema pulmonar”, disse.
Ao falar sobre a conversa de sua secretária com o médico do SAMU, Dr. Pepé, como é conhecido, esclareceu que as perguntas foram respondidas com o auxílio das filhas da paciente, que se encontravam na clínica.
“Se teve febre, não. Se teve tosse, não. Se teve contato com alguém viajou, não, pontuou.
O radiologista lamentou o acontecimento, mas acredita que a sua clínica fez o possível pela paciente.
Assista ao vídeo:
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