O depoimento de Marcos Antônio Queiroga de Assis, de 45 anos, morador do Núcleo I, no Perímetro Irrigado de São Gonçalo, localidade rural situada no município de Sousa, Sertão da Paraíba, revela uma certa frieza ao afirmar que ocultou o corpo do próprio pai, Francisco Honório de Queiroga, de 78 anos, e antes disso, levou o cadáver nas costas até ser enterrado em um bueiro que fica a uma distância de aproximadamente 300 metros de casa.
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Ao delegado Carlos Seabra, da Delegacia de Homicídios de Sousa, o acusado negou ter assassinado o pai, porém confessou que ocultou o cadáver. Detalhe: depois de enterrar o pai, Marcos não retornou ao local, a não ser para dizer aos policiais e bombeiros onde estava o cadáver.
Marcos Antônio relatou à autoridade policial que no dia 6 deste mês discutiu com o pai, ao ponto de desferir-lhe um soco no rosto e que até o dia 10 o aposentado estava bem. Segundo ele, naquela madrugada se deparou com Francisco Honório morto, tendo o corpo permanecido no local, sem que comunicasse nada a respeito com qualquer pessoa.
O delegado ouviu do acusado que no dia seguinte (11), pela noite, resolveu tirar o corpo do pai e levá-lo até um bueiro perto da residência. “O objetivo era evitar que alguém imaginasse que a vítima tivesse sido morta pelo filho”, disse.
Antônio deu mais detalhes a polícia sobre o que fez para ocultar o cadáver. As declarações são no sentido de que ele teria levado o corpo nas costas e chegando no bueiro, colocou em um buraco que já existia e cobriu com galhos e troncos de um pé de coco. “Depois jogou terra e voltou para casa”, revela o depoimento.
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Dr. Seabra questionou sobre o que Marcos fez nos dias seguintes à morte do pai. Ele se limitou a dizer que estava preocupado e que não conseguia dormir, mas aos vizinhos, dizia que a vítima estava na cidade de Sousa na casa de um primo. O acusado também não soube responder o que, pra ele, de fato teria causado a morte do seu genitor.
Prisão mantida
Marcos Antônio foi autuado pelo crime de ocultação de cadáver, cuja prisão foi mantida nesta quinta-feira (28) pelo juiz José Normando Fernandes, da 1ª Vara da comarca de Sousa, após audiência de custódia.
A Polícia Civil aguarda o prazo de até 15 dias para obter o resultado do exame cadavérico, realizado no NUMOL do IML em Patos, para saber a causa morte e dar sequência às investigações quanto a morte do aposentado.
Histórico de agressões
Em 2016, Marcos Antônio foi preso por lesão corporal, justamente contra o pai. Após a fase de inquérito na Delegacia de Polícia Civil, o processo foi distribuído ao Poder Judiciário e em janeiro deste ano acabou sendo extinto sem que o réu tivesse sido sentenciado, tendo em vista que houve uma transação penal para que Marcos Antônio cumprisse algumas medidas impostas pela justiça, como comparecer ao fórum todos os meses, evitar ambientes promíscuos e não cometer qualquer outro tipo de crime.
Essa semana o delegado Ilamilto Simplício falou ao Blog do Levi sobre a descoberta do caso.
Assista ao vídeo:
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