O delegado Anderson Fontes, responsável por apurar as causas e os responsáveis pelo trágico acidente que vitimou fatalmente Saulo Alves César, de 21 anos e William Gustavo Estrela de Alencar, de 23 anos, na rodovia PB-391, entre os municípios de Sousa e Uiraúna, Sertão paraibano, na noite do último domingo (22), trouxe detalhes importantes sobre a investigação em entrevista exclusiva ao programa Cidade Notícia, da rádio Líder FM de Sousa, nesta terça-feira (25).
A colisão entre um carro modelo Tucson e uma motocicleta Bros resultou na morte imediata dos dois jovens que seguiam na moto.
Assista ao vídeo do CN:
Três homens e uma mulher no carro
O delegado confirmou a informação de que quatro pessoas ocupavam o automóvel no momento da colisão, sendo três homens e uma mulher. Anderson Fontes adiantou que todos os ocupantes já foram devidamente identificados e intimados a prestar depoimento na delegacia.
“Posso adiantar que os ocupantes do automóvel já estão devidamente intimados para que eu possa colher as declarações deles”, afirmou a autoridade policial.
A investigação se concentra em identificar quem estava ao volante, já que “em tese, quem cometeu crime seria quem estaria dirigindo,” sustentou o delegado. Todos os quatro intimados devem comparecer à Delegacia ainda nesta terça-feira (25).
A respeito da dinâmica do acidente, Anderson Fontes frisou que o automóvel vinha em direção a Sousa e a motocicleta seguia para Uiraúna, mas que o ponto crucial para a responsabilização depende do laudo pericial.
“O laudo vai trazer direito [informação] na contramão de qual veículo foi, pra gente aferir a questão da culpabilidade, né, de quem foi pelo acidente”, frisou.
Impacto violento e mortes trágicas
A brutalidade da colisão foi confirmada pelo delegado, que relatou o estado dos corpos e a violência do impacto no local.
“Só de ter visto o local, a gente viu que o impacto foi muito forte. As vítimas, infelizmente, tiveram uma morte muito trágica, tava até irreconhecível, pelo menos um dos corpos”, disse.
Embora Anderson Fontes não tenha tido acesso ao laudo cadavérico oficial, ele confirmou que há informações preliminares de que as vítimas sofreram múltiplas fraturas e Traumatismo Crânio Encefálico (TCE). Os laudos, incluindo o de local e o toxicológico e de alcoolemia, têm um prazo de cerca de 10 dias para serem concluídos e enviados à Delegacia de Polícia Civil.
Incêndio no veículo é visto como “criminoso”
Sobre o incêndio que consumiu o veículo Tucson na noite seguinte ao acidente (segunda, 23/11), o delegado foi categórico: “A questão do incêndio para mim não, não tem como ter dúvida que ali foi criminoso. Já vejo que foi um incêndio criminoso”.
No entanto, Anderson esclareceu que o fogo não irá atrapalhar as investigações sobre o acidente, uma vez que a perícia no local já havia sido realizada logo após a tragédia.
“A perícia já foi feita. O carro já não era nem mais relevante pra gente, porque tudo que tinha que ser feito pela perícia no local… então esse incêndio não vai influenciar na nossa investigação”, garantiu.
Assista ao vídeo:
O caso do incêndio foi desmembrado e será investigado pela 2ª Delegacia Distrital de Sousa.
Outros detalhes da investigação apontados pelo delegado:
Bebida no carro: houve comentários sobre a existência de bebida ou recipientes de bebida no veículo, mas o delegado não pôde confirmar de perto. Exames toxicológicos e de alcoolemia foram solicitados.
Proprietário: o veículo está registrado no nome de uma mulher de outro estado e com a documentação atrasada desde 2017, o que indica ser um veículo que foi revendido informalmente.
Prazo: o inquérito policial tem prazo de 30 dias para ser concluído, podendo ser prorrogado mediante solicitação ao Judiciário, caso os laudos e depoimentos demandem mais tempo.
“Nesse caso aqui, em tese, eu tenho 30 dias para finalizar o inquérito”, concluiu Dr. Anderson.
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