Aos 31 anos de idade e residente na cidade de Sousa, Sertão paraibano, Cícera Suênia Soares Mangueira não é apenas uma profissional de saúde. Ela é ativista; pesquisadora e, acima de tudo, uma mulher cigana Calon que usa sua trajetória para lutar por um atendimento digno e livre de preconceitos. Sua história é a prova de que a dedicação ao estudo e o cuidado com as pessoas podem, de fato, fazer a diferença.
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Filha de Francisco Soares (Coronel Cigano) e de Dona Hilda, desde a infância, Suênia viu de perto o tratamento desigual que sua comunidade recebia. Foi a partir dessa experiência que ela decidiu trilhar um caminho na área da saúde. Seu objetivo? Ser a profissional que sua comunidade merecia: alguém capaz de oferecer cuidado de qualidade e, ao mesmo tempo, plantar a semente do respeito no coração de outros profissionais. Ela queria que todos os ciganos fossem vistos como seres humanos integrais, com sua cultura e particularidades valorizadas.
Carreira de excelência e luta constante
A determinação de Suênia a levou a acumular importantes conquistas:
Graduada em enfermagem e mestre em Saúde Coletiva.
Servidora pública municipal no Centro Oncológico Napoleão Laureano em Sousa e conselheira de Saúde.
Docente na Faculdade Unisertão e preceptora hospitalar na Faculdade Santa Maria, onde forma novos profissionais com uma visão mais holística e sensível.
Percebendo que a assistência direta era apenas o começo, ela mergulhou na docência para influenciar a próxima geração de profissionais de saúde, ensinando-os a olhar para as comunidades negligenciadas e povos tradicionais com a empatia que ela tanto preza.
Símbolo de orgulho e resistência
Recentemente, a carreira de Suênia atingiu um novo patamar: nesta terça-feira, 23 de setembro de 2025, ela tomou posse no cargo de técnica em enfermagem após aprovação no concurso realizado em 2024 pela Fundação de Saúde da Paraíba (PB Saúde). Em um momento tão significativo, Suênia fez questão de vestir as cores e símbolos de sua cultura cigana, no Hospital Metropolitano, em João Pessoa. Ela prestará serviços no Hospital Edson Ramalho, também na capital paraibana.
“Não pude levar toda a minha comunidade comigo, mas levei em minha roupa a história do meu povo. Não é apenas uma história de superação, é a constatação da minha força como mulher e como mulher cigana”, afirmou Suênia.
Com o apoio das comunidades ciganas de Pedro Maia e Otávio Maia, Suênia Soares continua sua jornada, carregando não apenas suas próprias conquistas, mas também a memória e o orgulho de um povo que, através de sua resistência, luta para manter sua identidade viva.
A história de Suênia nos mostra o poder de usar nossas raízes e nossas experiências para construir um futuro mais justo. O trabalho dela na saúde é um lembrete de que a verdadeira excelência está em tratar a todos com dignidade e respeito.
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BlogdoLevi com Suênia Soares