VÍDEO! Prefeito e vice de Aparecida se enfrentam em debate quente com acusações e revelações de bastidores

O prefeito João Neto (PSB) e o vice-prefeito Hélio Roque (PDT), ambos do município de Aparecida, Sertão paraibano, se enfrentaram em um debate eleitoral realizado pela TV Diário do Sertão na noite desta sexta-feira (20). Embora eleitos juntos na eleição de 2020, os candidatos são rompidos politicamente e disputam a eleição deste ano.

O debate teve mediação do apresentador José Dias Neto e comentários finais do radialista Elias Júnior, da Difusora AM. Até o final deste mês, ao todo, serão 23 debates com os candidatos de 21 municípios das regiões de Cajazeiras, Sousa, Vale do Piancó e Catolé do Rocha, na Paraíba, e Centro Sul cearense. Os eventos têm parceria da Estação Mais FM, Rádio Líder FM, OAB/Cajazeiras e Associação Paraibana de Imprensa (API).

Assista ao vídeo da TVDS:

Saúde

Sorteado para ser o primeiro, Hélio Roque perguntou a João Neto por que pacientes são levados para João Pessoa para realizarem consultas simples, se o prefeito afirma que a Policlínica municipal está funcionando com diversos médicos especialistas.

João Neto responde que as pessoas conduzidas à capital são pacientes oncológicos, pois ainda não há esse tipo de atendimento em Aparecida. Ele aproveitou a ocasião para citar ações, programas e equipamentos de saúde conquistados e implantados na sua gestão, como o SAMU, o programa Saúde na Hora; veículos para transporte de pacientes; a Policlínica, a descentralização dos serviços para a zona rural, a contratação de mais médicos e a redução das filas de cirurgias eletivas.

Na réplica, Hélio afirma que as especialidades médicas citadas pelo prefeito não existem na Policlínica; que há relatos de moradores que esperam há três meses por uma ultrassonografia; que o SAMU já estava liberado pelo Governo Federal há muito tempo, mas faltava ser instalado; e que moradores da zona rural têm que se deslocar em longas distâncias, de um sítio para outro, para ser atendido em posto de saúde.

infraestrutura

João Neto pergunta quais propostas Hélio Roque tem para a infraestrutura de Aparecida e o que ele propôs de importante para a gestão na condição de vice-prefeito durante esses quatro anos.

Hélio justifica que, no papel de vice, nunca teve acesso efetivo à administração municipal e sequer indicou um aliado para algum cargo na prefeitura. Ele acusa João Neto de ter traído o projeto político que os dois ajudaram a construir a partir de 2012 e de ter copiado o mesmo plano de governo do grupo em 2020, mas sem ter executado o que prometeu. Também acusa o prefeito de ter “usurpado” sindicatos para fazer campanha política.

João prometeu construir a nova sede da prefeitura e destacou que seu governo trouxe asfalto para a cidade e fez passagens molhadas nas comunidades Riachão e Veneza para facilitar o deslocamento dos moradores, sobretudo os estudantes.

Hélio Roque afirma que o prefeito está mentindo  e quer “tirar casquinha em obras de governos”, pois, segundo ele, a passagem molhada de Veneza foi construída através do Projeto Cooperar, do Governo do Estado, não pelo Município.

Paço Municipal, Estádio e Canil

Sorteado primeiro, o prefeito João Neto perguntou quais propostas de governo e quais parcerias políticas Hélio Roque tem para oferecer ao município.

Hélio afirma que uma das primeiras metas do seu governo é concluir a reforma e ampliação do estádio municipal de futebol. Obra essa que, segundo ele, o prefeito não teve interesse e competência para executar através de um projeto que vislumbrava parceria com o clube paulista RB Bragantino. Hélio também aponta que João Neto não cumpriu a promessa de construir o novo paço municipal da prefeitura; um canil público; e dar suporte aos pequenos produtores nas Várzeas de Sousa.

João Neto, por sua vez, assegura que sua gestão instalou, sim, um canil para castração de animais através de uma empresa contratada. Quanto ao estádio de futebol, o prefeito garante que já existe recurso financeiro parlamentar para essa obra.

Gastos excessivos

Na sua vez de fazer o questionamento, Héio Roque acusa o governo de João Neto de exceder gastos com combustíveis e materiais de limpeza. Segundo ele, foram 3 mil litros de combustíveis por mês para veículos leves e 3 mil litros para veículos pesados – um excedente de R$ 1,7 milhão comparado aos gastos da gestão anterior. Além disso, Hélio Roque ressalta que a gestão teria gasto R$ 28 mil em materiais de limpeza só para a Secretaria de Transporte, sendo que essa pasta sequer tem espaço físico.

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Na resposta, João Neto destaca que a prestação de contas do seu governo foi aprovada no Tribunal de Contas do Estado (TCE). Acerca dos gastos com combustíveis, ele justifica que o corte de terra gratuito subiu de 200 no governo anterior para 1.600 no seu governo, o que representa aumento nas despesas. Além disso, a prefeitura adquiriu mais veículos para a frota que presta serviço à população.

Educação

No bloco reservado a perguntas de pessoas da sociedade civil, o radialista Elias Júnior quis saber quais propostas os candidatos têm para melhorar os índices e os indicadores da educação e quais as perspectivas para os professores a partir de 2025.

Sorteado primeiro, João Neto começa destacando que ele assumiu o município com recursos nas ordem de R$ 3,5 milhões e hoje chega a R$ R$ 12 milhões graças à construção de escola, creche e aquisição de ônibus escolar junto ao Governo do Estado. Ele ainda anunciou que através do PAC do Governo Federal vai construir uma escola em tempo integral e adquirir mais dois ônibus escolar. Já com os recursos da prefeitura, João Neto prometeu fazer outra creche para a primeira infância. Com relação aos professores, o prefeito disse que o setor jurídico está analisando uma proposta de reajuste e carreira feita pela categoria.

No comentário, Hélio Roque disse que Aparecida tem a pior nota do Ideb entre nove municípios que fazem parte da microrregião de Sousa. Isso porque, segundo ele, o prefeito investe recursos financeiros somente na parte física das escolas, mas não no desenvolvimento do ensino.

Orçamento Democrático

Pastor Francisco Robson de Sousa, da Igreja Batista e do Instituto Caminhar, pergunta ao prefeito João Neto qual a avaliação que ele faz dos resultados do Orçamento Democrático (OD) e pergunta se Hélio Roque pretende manter esse programa, caso seja eleito.

Sorteado primeiro, Roque chama o Orçamento Democrático de “orçamento demagogo” e diz que as plenárias são um “festival de mentiras a céu aberto”. Ele relatou um episódio em que o prefeito teria apresentado aos moradores da comunidade Acauã um ônibus escolar novo adquirido por meio do OD, mas entregou outro veículo em situação precária. Em seguida, Hélio Roque deu a entender que não pretende fazer plenárias do Orçamento Democrático porque ele conhece os pleitos da por população por ter experiência nos movimentos sociais.

Suposto comprovante falso

Sorteado primeiro, Hélio Roque questiona sobre a atuação de João Neto nos movimentos sociais, em especial na Comissão Pastoral da Terra (CPT), e acusa o prefeito de ter apresentado comprovante de escolaridade falso à Justiça Eleitoral para registrar candidatura, visto que, segundo ele, João Neto não podia estar trabalhando na pastoral de Cajazeiras ao mesmo tempo que dizia ser estudante em João Pessoa, no ano de 2006.

João Neto alega ter concluído o ensino médio através do EJA (Educação para Jovens e Adultos) na modalidade EAd (à distância), por isso a denúncia de Hélio Roque seria falsa. Na sequência, o prefeito explica que deixou os movimentos sociais quando percebeu que os mesmos não tinham “crescimento político”, e foi aí que ele resolveu ser vereador.

“Golpista” e discurso de ódio

Na sua vez de perguntar, João Neto pediu para que Héio Roque citasse alguma contribuição efetiva para o município, em 4 anos como vice-prefeito, para justificar o salário que ganha.

Primeiro, Hélio reitera que a função de vice-prefeito é apenas um cargo reserva. Depois, ele acusa João Neto de ter dado um “golpe” político para chegar ao poder, dividindo a oposição e forçando o próprio nome com promessas financeiras falsas.

Na réplica, João diz que Hélio tem um discurso de ódio porque é frustrado devido a não conseguiu unificar um grupo de oposição após romper com a base governista.

Roque, por sua vez, rebate afirmando que João Neto, sim, é frustrado por não ter sido candidato único nessas e ter que “dar a cara à tapa” visitando famílias para pedir voto. O vice diz ainda que aliados do prefeito tentaram comprá-lo com dinheiro, mas ele não cedeu.

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Com informações de Diário do Sertão