VÍDEOS! Prefeitura de Sousa enganou família de gari que morreu ao cair de caçamba do lixo, diz esposa ao ter que pagar quase R$ 10 mil pelo enterro

Familiares e amigos do gari Marcos Vinícius Pereira da Silva, de 23 anos de idade, que veio a óbito na noite da última quarta-feira (9) durante um acidente de trabalho no Centro de Sousa, Sertão paraibano, tiveram que vivenciar mais uma cena dolorosa, além da perda do ente querido. A família foi surpreendida no final da tarde deste sexta-feira (11), quando chegou com o corpo do trabalhador braçal para ser sepultado no cemitério Parque Jardim da Paz e não tinha nada acertado por parte da Prefeitura de Sousa em relação as despesas.

Conforme relato da senhora Micaela Ferreira da Silva, esposa do gari Marcos Vinícius, ela teria recebido uma ligação do chefe da equipe de limpeza urbana, popularmente conhecido como “Pelado”, de que tudo estaria acertado para ocorrer o enterro da vítima naquele cemitério, mas os parentes ao chegarem foram surpreendidos com a informação de que o pagamento não havia sido acertado, e que caso quisessem enterrar o familiar, teriam que desembolsar uma quantia de cerca de R$ 9.900 (nove mil e novecentos reais), fato que causou mais dor e revolta para a esposa e amigos.

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Trabalhava três turnos

Ainda conforme relato da companheira de Marcos Vinícius, ele tinha uma jornada de trabalho árdua, onde dava-se início as atividades nas primeiras horas da manhã com a coleta de lixo, tinha um pequeno descanso no período de meio dia e retornava ao serviço até altas horas da noite, isso sofrendo pressão por parte de fiscais da equipe de limpeza urbana.

A mulher ainda revelou que a única ação tomada pela Prefeitura de Sousa em prol do trabalhador foi a compra de um caixão, que não recebeu nenhuma ligação ou mensagem de solidariedade por parte da gestão municipal e ela para não deixar o falecido ser sepultado como indigente, teve que fazer um financiamento do terreno com a ajuda de amigos.

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Ao site Debate Paraíba, um amigo identificado como Anderson disse que Marcos Vinícius trabalhava em condições precárias, sem a utilização de fardamento, equipamentos de proteção individual (EPI), não recebia hora extra e que prestavam o serviço sob pressão de demissão, caso a jornada de trabalho fosse cumprida integralmente. Ainda conforme relato de testemunhas, o motorista que dirige a caçamba conduz o veículo sob o efeito de bebida alcoólica e que não possuí Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

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O acidente que vitimou fatalmente Marcos Vinícius Pereira da Silva, teria ocorrido após ele desequilibrar de cima da caçamba no momento em que realizava a coleta de lixo na rua Gualberto Filho, onde foi atropelado pelo mesmo veículo de trabalho.

Outro caso

Em novembro do ano passado, acidente semelhante foi registrado em Sousa. Na época o jovem Anderson Ferreira de Andrade, de 24 anos de idade, caiu no momento em que trabalhava e em seguida foi atingido um caminhão caçamba que prestava serviços à Prefeitura de Sousa.

O acidente foi registrado no Bairro Gato Preto, entre a Escola Integral Mestre Júlio Sarmento (Poli Valente 2) e a Ponte do Ipase. Clique nos links a seguir para relembrar o caso:

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Texto e imagens: Debate Paraíba