Treinado pelo pai no Sousa Esporte Clube, garoto de 14 anos sonha em ser goleiro profissional

Lucas tem 14 anos e, como boa parte dos meninos da sua idade, sonha em ser jogador de futebol. Mas não se imagina dentro de campo, marcando gols. Sua intenção é evitá-los. Ele quer ser goleiro profissional. E já treina como se fosse um, apesar da pouca idade. É que o seu pai, Valmir Filho, que já atuou profissionalmente defendendo as metas de alguns clubes, é o preparador de goleiros do Sousa, tradicional agremiação do Sertão paraibano. E o menino treina lá no meio dos adultos. Treina como se fosse um deles. Treina para se tornar um deles um dia. E tem seu pai como treinador. Pai e filho, portanto, tentam trilhar juntos o caminho que vai levar o menino a realizar o mesmo sonho que o seu velho um dia realizou.

Neste dia dos pais, a história de Lucas e Valmir – o Fia, como é mais conhecido no meio futebolístico – representa bem a relação de afeto entre pai e filho. E, claro, a relação de ambos com o futebol. Um prodígio, o garoto já treina entre os profissionais do Sousa, clube que chegou à semifinal do Campeonato Paraibano neste ano. Um menino que, do alto dos seus 14 anos e dos seus 1,78m, sabe bem o que quer para a sua vida. Talvez inspirado pelo que o seu pai, um ex-goleiro que fez profissionalmente o que Lucas quer fazer um dia.

Essa paixão pelas luvas e para fazer sucesso debaixo das traves vem de casa. Fia é preparador de goleiros do Sousa desde 1996 e já vestiu a camisa 1 da equipe naquele mesmo ano em que iniciou a carreira como treinador.

– Eu me orgulho muito de ele se inspirar na carreira do pai. Mas a inspiração dele também é o lado profissional. Cabe a ele agora da sequência a essa etapa que ele está vivendo. E vamos colher muitos frutos à frente – comenta, orgulhoso, Fia.

– Desde pequeno, eu vinha para o treino do Sousa, observava meu pai treinar os goleiros e fui tomando gosto pela posição. Até que um dia resolvi tentar no gol, gostei e permaneci – completa Lucas.

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Pai e filho têm uma rotina. Os dois vão sempre juntos ao Estádio Marizão, onde o Sousa seus treinos e sedia seus jogos. É lá que Fia trabalha como preparador de goleiros. E é lá também que Lucas dá seus primeiros passos rumo à realização dos seus sonhos. Em meio aos adultos, ele não se intimida. Quer tirar todo o proveito possível dessa experiência. Enquanto o time estava na disputa do Campeonato Paraibano – foi eliminado na última terça-feira, nas semifinais -, o garoto treinava sob o comando do seu pai e ao lado dos três goleiros do time profissional: Ricardo, Roniele e João Victor. Mas a relação entre pai e filho se transforma quando eles entram no campo.

– Não tem essa de ser pai, não tem essa de ser família. O pai fica do portão do estádio para fora. Aqui dentro é profissionalismo e treino puxado, como é para os outros goleiros também – garante o jovem goleiro.

– Não tem moleza, não. Se escolheu essa profissão, tem que seguir da mesma forma dos outros. E eu cobro muito – emenda Fia.

Outras inspirações

Ainda dividindo as suas prioridades entre os estudos e o futebol, Lucas sonha longe. Quer alçar voos altos em sua promissora carreira. E carrega consigo três boas referências. Duas delas são bem conhecidas mundialmente: o brasileiro Alisson Becker, do Liverpool e da seleção canarinha, e o alemão Ter Stegen, do Barcelona e da seleção bávara. Pela internet ou pela televisão, esses dois grandes goleiros o inspiram a buscar aquilo que pode estar ao alcance de suas batalhas diárias, começando pela rotina de treinamentos no clube paraibano.

Mas quem o acompanha de perto mesmo é o goleiro Ricardo. Experiente, titular do Sousa no último título paraibano do clube, conquistado em 2009, e ídolo dos torcedores alviverdes, o atual camisa 1 do clube enxerga com bastante otimismo a semente que Lucas tem plantado no dia a dia de treinamento junto aos goleiros profissionais do elenco.

– Lucas é um garoto que sonha em ser um atleta profissional. Ele vem trabalhando bastante conosco e sabe que tem um futuro promissor. Estamos sempre conversando, passando um pouco da vida profissional, da vida de goleiro, que é uma profissão que cobra e exige muito. Espero que ele siga em frente nesta carreira maravilhosa que é ser um goleiro profissional. Ele se dedica muito nos treinos – detalha Ricardo.

O exemplo de perto, visto em Ricardo, pode ser muito bem assimilado por Lucas. Isso porque, apesar de ter sofrido quatro gols em quatro jogos desde que retornou ao clube, para a sequência do Campeonato Paraibano, o goleiro alviverde certamente que o time sofresse mais gols e/ou saísse de campo derrotado – nos quatro jogos que o Sousa fez nesta retomada do futebol, fora quatro empates.

Curioso desde muito novo, Lucas foi tomando pelo gosto pelo que via nos treinos do clube paraibano e resolveu dar uma chance para testar se tinha talento. Deu tão certo, que o discurso se volta totalmente à satisfação que sente em estar investindo na profissão que quer para o seu futuro.

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