O Sol, nossa estrela mãe, não possui uma superfície homogênea, nem a mesma temperatura em toda ela, muito pelo contrário, trata-se de um lugar bastante turbulento, onde ocorrem inúmeras explosões, algumas do tamanho de nosso planeta Terra. Essas explosões ejetam no espaço massa coronal, que são nuvens de partículas ativas, muitas vindo em nossa direção.
Elas, ao chegarem próximas ao nosso planeta, são atraídas por nosso campo magnético e sua grande maioria penetram em nossa atmosfera pelos polos norte e sul, gerando incríveis faixas de luz das mais diversas cores, chamadas aurora boreal (polo norte) e austral (polo sul).
Quando as explosões solares são muito intensas, essas partículas chegam com muita energia e podem atingir até mesmo latitudes mais baixas, regiões da Terra próximas à linha do equador, provocando danos em aparelhos elétricos e em nossa rede de telecomunicações.
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Sabe-se que nosso Sol, assim como a Terra, possui movimento de rotação e completa um giro completo em torno de seu próprio eixo a cada 11 anos (dia solar). Ele também possui um lado mais ativo que o outro e, portanto, com mais explosões e emissões de massa coronal. Quando com mais atividade está voltado para Terra, dizemos que estamos em um máximo solar, da mesma forma, quando o lado menos ativo está voltado para nós, estamos em um mínimo solar.
Mas a que ponto esse ciclo solar, que ocorre a cada 11 anos, influencia em nosso clima? Ou mais especificadamente, em nossa precipitação anual? Sabemos que o Brasil é um país tropical, ou seja, está localizado entre os trópicos de câncer e capricórnio, logo, grande parte de seu imenso território está em latitudes baixas, zona de bastante influência solar.
Observando os dois últimos ciclos solares, percebemos que os mínimos solares coincidem com anos bastante chuvosos. Um exemplo, são os inúmeros transtornos provocados pelas fortes chuvas, muito além da média, esse ano em Minas Gerais. Na nossa região mesmo (Sousa-PB), podemos citar o Açude de São Gonçalo, que sangrara no biênio 2008/2009, mínimo solar, e está recebendo um bom volume hídrico novamente nesse ano de 2020, também de mínimo solar. Estaríamos nós, prestes a ver a beleza do nosso açude com a sua capacidade máxima atingida novamente?
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Kennedy Xavier de Almeida é médico e estudioso em astronomia