Operação Calvário: deputada votada na região de Sousa é a primeira citada na organização criminosa

Eleita em quarto lugar na Paraíba com 40.761 votos, a deputada estadual Estela Bezerra (PSB) está sendo alvo da Operação Calvário. Nesta terça-feira (15) o Tribunal de Justiça divulgou as ações determinadas pelo juiz Ricardo Vital de Almeida e cumpridas pelo GAECO. Até o momento, ela é a única representante do Poder Legislativo que teve o nome envolvido na organização criminosa (ORCRIM) investigada no estado.

A parlamentar votada em praticamente todos os municípios paraibanos, incluindo 565 votos nas nove cidades que compreendem a região de Sousa, Sertão da Paraíba, passou a fazer parte da investigação que mira na rede de corrupção abraçada por servidores púbicos e empresários em um esquema intermediado por membros de Organizações Sociais nos estabelecimentos de Saúde e Educação nas duas gestões do ex-governador Ricardo Coutinho.

Confira a decisão do magistrado:

De acordo com as investigações, há indícios da vinculação da deputada estadual Estelizabel Bezerra de Souza a determinadas condutas criminosas, cujo envolvimento aguarda diligências em andamento e que estão protegidas por sigilo. “A investigação levada a efeito no PIC nº 01/2019, objetiva aferir, se, efetivamente, houve o desencadeamento de uma plêiade de condutas complexas, perpetradas por uma Organização Criminosa que teria se instalado no Governo do Estado da Paraíba, inserindo-se, portanto, esta busca, no contexto da investigação relacionada à ORCRIM, a qual possui vínculos com pessoas com prerrogativa de função”, observou o desembargador.

Ricardo Vital afirmou que a análise do vasto material apreendido nas investigações permitiu observar que a criação da filial da Cruz Vermelha na Paraíba, além de teoricamente ensejar uma redução do custo da estrutura administrativa montada no Rio Grande do Sul, permitiria que Daniel Gomes atuasse com duas filiais em supostos esquemas criminosos, inclusive viabilizando a sua manutenção no mercado das organizações sociais, caso uma das filiais viesse a ser julgada inidônea. 

“Nesse ponto, questiona-se o motivo pelo qual Daniel Gomes optou por colocar Mayara de Fátima Martins de Souza como presidente da CVB/PB, inclusive quando ela encontrava-se lotada como chefe de gabinete de Estelizabel Bezerra de Souza”, destacou. Segundo o desembargador, é possível que Daniel Gomes tenha permitido que a deputada Estelizabel tenha feito indicações semelhantes à que fez por Mayara Martins, no âmbito do IPCEP, sendo necessário o aprofundamento das investigações.

“Diante desse cenário, malgrado Estelizabel Bezerra não figurar dentre os legitimados passivos nesta cautelar, em razão da possibilidade de ser produzida prova contra ela, a competência permanece inalterada no âmbito desta Corte”, explicou Ricardo Vital.

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