O jornalista Heron Cid defendeu a cidade de Marizópolis, sua terra natal no Alto Sertão da Paraíba, como opção de expansão de ensino superior na região e destino da sede do Instituto Federal do Sertão. Pela geografia e fácil acesso, ele crê que o município, situado exatamente entre Sousa e Cajazeiras, reúne condições para se transformar num ponto de intersecção dos interesses educacionais, econômicos e culturais das duas cidades-pólo. A defesa foi feita durante entrevista à TV Diário do Sertão.
“Quando chegar a água da Transposição certamente a UFCG vai estudar e desenvolver novos cursos na área de recursos hídricos, energia solar e fruticultura. E quem vai se candidatar? Por que não Marizópolis se habilitar? Condições técnicas a cidade reúne, por estar exatamente num ponto estratégico, no coração entre dois pólos, no meio, a poucos quilômetros de Sousa e Cajazeiras, mais próxima de Nazarezinho, São José da Lagoa Tapada e de São João do Rio do Peixe”, sustentou.
“Quando chegar uma demanda nova, porque não instalar em Marizópolis, que tanto fica perto de Sousa quanto de Cajazeiras? Em vez de perder, por que uma nova cidade não pode ganhar e congregar? O próprio Instituto Federal do Sertão vem aí. O MEC preconiza que a sede deve estar preferencialmente onde não tem campus. Esse é apenas um exemplo”, frisou.
“Marizópolis pode ser um ponto de interseção dos interesses comuns de Sousa e Cajazeiras, seja no ensino superior, na cultura e economia. Onde houver conflito de interesse, Marizópolis pode ser o elo. Nós podemos reunir os potenciais e a localização estratégica e se desenvolver. Quem comunga dessa minha ideia é o ex-reitor da UFCG, Thompson Mariz, que pensa que, numa eventual expansão universitária, Marizópolis pode ser contemplada”, enfatizou, chamando atenção para o reflexo direto de instalação de cursos superiores na arrecadação e economia dos municípios. Os municípios de Pombal, no Sertão, e Cuité, no Curimataú, são exemplos.
Assista ao vídeo:
Heron Cid disse que tem conversado e dialogado com agentes políticos e juventude da cidade para despertar essas vocações e potenciais adormecidos. “O que estou plantando em Marizópolis é essa possibilidade de pensar alto, de sair do raso e sonhar grande. A discussão de Marizópolis deve estar acima de nomes. Marizópolis precisa ter outra visão e outra consciência política e é isso que tenho semeado lá”, ressaltou.
Leia mais: Marizópolis impressiona pela quantidade de comissionados
Comunicador com atuação no rádio, televisão e internet em João Pessoa, capital da Paraíba, Heron citou o que considera, na sua visão, trunfos de sua terra natal; destacou o fato de 82% do Açude São Gonçalo (Rio Piranhas) estar no território de Marizópolis, apontou a alta incidência solar como alternativa de energia renovável e a localização estratégica da BR-230, por onde transitam milhares de veículos diariamente.
“E o que a gente está fazendo para explorar essa riqueza? Quantas cidades do Sertão têm o privilegio de ter um açude dentro dela e um rio que será perenizado pelas águas da Transposição do São Francisco. É isso que eu tenho alertado a juventude, vereadores e autoridades para que possa se apropriar disso”, apelou. Banhada pelo açude São Gonçalo e Rio Piranhas, Marizópolis tem um vasto território de terras agricultáveis e uma Estação de Piscicultura (Dnocs) fechada.
Lazer e entretenimento
“Primeiro, o açude é quase todo de Marizópolis e a cidade precisa tomar posse dessa condição e fazer disso um instrumento de desenvolvimento. Por que não estruturar um espaço de lazer, uma pequena orla, bem próxima a BR-230 (fácil acesso), imagine uma estrutura com quiosque, gastronomia, passeio de barco, canoa, e exploração das ilhas do açude. Marizópolis precisa de desenvolvimento econômico e humano”.
Energia solar
“Temos o ano inteiro de sol e hoje o grande filão são as energias renováveis, energia solar. A cidade pode explorar isso e atrair investimentos. Pesquisas mostram que na região do Açude é onde mais faz sol durante o ano”.
O diferencial da BR-230
“Temos uma geografia estratégica. Marizópolis é cortada pela BR-230. São poucas cidades da Paraíba cortadas pela BR-230. Marizópolis é uma dessas privilegiadas. Isso significa dizer que todos os dias tem uma clientela que passa na cidade e precisa ser parada com algum atrativo, seja gastronômico, lazer, artesanato, seja produção de coco. Como usar a BR-230, que Soledade sabe usar muito bem, pra fazer daquele trânsito uma receita?
Um projeto de cidade
“Sempre estou em Marizópolis e aproveito para dialogar sobre a cidade e fazer reflexões sobre rumos e caminhos que ela tem trilhado e para estimular a juventude e autoridades, agentes políticos, a terem uma visão sobre um projeto de cidade. Marizópolis precisa discutir muito além de candidaturas, mas um projeto de cidade. Fala-se muito em candidatura, a eleição não termina, e ainda se falam em adesões de famílias, como se a urna não tivesse já sido finalizada e como se não fosse necessário governar. O que a cidade precisa é de governo, é de gestão, de atitude, ação, projetos inovadores. A eleição é de quatro em quatro anos. Somos um município que muito potencial a ser explorado e isso é o que me move nesse momento. Não é falar sobre Zé Vieira, Zé de Pedrinho, A, B ou C”.
Gestão de Zé de Pedrinho
“Desde a decisão de apostarmos na candidatura dele (Zé de Pedrinho), nós estamos tentando contribuir com a gestão para que a aposta que fizemos, a cidade fez, de mudança e de um governo realmente novo possa acontecer. Se essa mudança não acontecer, e eu já alertei o prefeito, gera-se uma pedagogia muito ruim, porque o eleitor pode se sentir frustrado e o grupo político que governou Marizópolis por longos 20 anos pode voltar ao poder, mas esse não é sinceramente o meu desejo”.
Marizópolis “espera mais” da gestão
“Ainda não é o momento de avaliação, a cidade está acompanhando e fiscalizando, minha intenção é contribuir. Eu acho que o próprio prefeito ainda não está satisfeito porque imagino que ele sonha muito com Marizópolis e ainda não tenha tido a oportunidade de realizar grandes transformações que ele se comprometeu. Ele recebeu da cidade uma outorga, acho que ele próprio está se esforçando para fazer essa gestão. Acho cedo fazer avaliação nesse momento. O que eu sei é que Marizópolis sonhou muito, apostou muito e eu espero, de coração, que o prefeito consiga alcançar as expectativas e que a gestão dele consiga estar a altura do desejo, do anseio e do que Marizópolis precisa e espera. Ele ainda tem tempo”.
Feijão com arroz
“O momento financeiro do pais exige criatividade dos prefeitos. Eles não podem se acomodar e fazer uma gestão dependente e refém apenas de FPM e emenda parlamentar, com orçamento contingenciado, tem tudo para ser fracassada, porque não consegue fazer muita coisa. Você não sai de uma gestão feijão com arroz. Imagino que o prefeito esteja enfrentando essas dificuldades. Mas o prefeito não pode ficar refém disso. Nenhum prefeito. A gestão pública precisa criar mecanismos, ideias, iniciativas e projetos que possam trazer receitas e ações que movimentem a cidade. Nas poucas vezes que converso com o prefeito eu faço sempre essa recomendação para que ele tente implantar ideias e projetos que saiam do feijão com arroz”.
Leia também:
VÍDEO! Veja como ficou os Correios de Santa Cruz após ataque com explosivos
Novo cangaço: bandidos explodem Correios de Santa Cruz, no Sertão paraibano
Dia de São Pedro é feriado ou não em Sousa? Tire suas dúvidas!
Diário do Sertão