Os detalhes são mantidos em segredo, mas o fato é que a ex-secretária Livânia Farias voltou a depor junto ao Ministério Público (Gaeco). Livânia teria acrescentado um volume imenso de informações, revelando mais detalhes da quadrilha infiltrada na Cruz Vermelha gaúcha e outras organizações sociais que atuam na Paraíba.
Além do desenho das operações fraudulentas, também nomes de servidores, empresários e figurões que participaram do maior saque que se tem notícia aos cofres públicos no Estado. As informações de Livânia foram cruzadas com os dados já fornecidos pela ex-assessora Maria Laura Caldas de Almeida Carneiro, e tiveram um alcance bem maior do que as primeiras colaborações.
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Cronologia – Livânia, como se sabe, foi presa a 16 de março, em João Pessoa, quando retornava de uma viagem a Brasília e Belo Horizonte. No dia seguinte à prisão, ela foi exonerada pelo governador João Azevedo. Em 18 de março, ela passou por audiência de custódia e teve, não apenas a primeira prisão mantida, como ainda houve a decretação de outra prisão.
Em 23 de abril, após prestar vários depoimentos ao Gaeco, Livânia foi liberada pela Justiça. Durante mais de seis horas de interrogatório, revelou detalhes de como operação a organização criminosa que desviava recursos públicos da saúde, através do contrato do governo da Paraíba com a Cruz Vermelha gaúcha, além de vários integrantes do esquema.
Em sua delação, confirmou ainda os dados da delação do ex-assessor Leandro Nunes Azevedo, quanto ao pagamento das propinas. Confirmou que, em 2011, quando houve a terceirização do Hospital de Trauma pela Cruz Vermelha, o pagamento da propina era num escritório de advocacia no Bessa. Depois, as operações se sofisticaram e passaram em ser, inclusive, no Rio de Janeiro.
E foi, em um hotel do Rio de Janeiro, que a força tarefa da Operação Calvário flagrou Leandro recebendo uma caixa de vinho com mais de R$ 900 mil de Michele Louzada Cardozo, secretária particular de Daniel Gomes da Silva, cabeça da organização criminosa. Os dois estão presos no Rio de Janeiro e os primeiros informes indicam que os dois fecharam acordo de delação.
A organização criminosa movimentou mais de R$ 1,1 bilhão desde julho de 2011, quando o ex-governador Ricardo Coutinho celebrou contrato com a organização social.
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