Após a sessão da Câmara de Vereadores de Sousa, Sertão da Paraíba, em que foi impedida de falar ao público sobre a importância do movimento feminista na noite desta sexta-feira (08), a advogada Myriam Pires Benevides Gadelha, agredida no dia 07 de dezembro de 2018 pelo prefeito de Sousa, Fábio Tyrone (PSB), falou com exclusividade ao Blog do Levi.
Myriam Gadelha lamentou o fato do chefe do Poder Executivo interferir nas ações do Poder Legislativo. “A gente tem um poder só concentrado na mão de uma pessoa”, afirmou. A advogada disse ainda que o tempo todo Radamés recebia ordens pelo celular.
Filha do casal Aline e Salomão Gadelha (falecidos), a advogada deixou claro que foi convidada pela vereadora Bruna Veras para falar sobre o Dia Internacional da Mulher e não sobre a sua agressão específica. “E o mais grave ainda é que isso aconteceu no dia da mulher, com uma mulher”, lamentou.
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“Eu não sabia que a minha fala pudesse causar todo esse medo. Então ao mesmo tempo que isso mina um pouco e deixa a gente triste porque a gente como mulher se sente – não é só magoada – mas a gente sente que a conquista do 8 de março não foi uma conquista real, não foi uma conquista efetiva, não foi uma conquista verdadeira porque no dia 8 de março eles são capazes de fazer isso. Ao mesmo tempo eu me sinto – não é feliz – mas esperançosa porque eu sei que tenho algo a dizer que é perigoso pra eles. Então isso me dá alguma esperança”, desabafou.
Matança
Myriam ainda lembrou o caso do assassinato da vereadora Mariele Franco, do Rio do Janeiro, morta após denunciar crimes. “A matança que fazem com a gente, ela começa dai. Começa quando querem calar a gente dentro de casa, começa quando querem calar a gente dentro dos ambientes de trabalho, começa quando querem calar a gente dentro de um evento, dentro da casa do povo”. finalizou.
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