O quadro “Cadê o dinheiro que tava aqui”, do programa Fantástico, da TV Globo, mostrou neste domingo (3), detalhes da operação que investiga o desvio de dinheiro da Saúde administrada pelos Governo dos Estados da Paraíba e do Rio de Janeiro.
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O esquema fraudava dinheiro público através da empresa Cruz Vermelha que está no Hospital de Trauma da Capital e outras unidades de saúde da Paraíba desde 2011. O contrato de 1,7 bilhões foi iniciando na gestão Ricardo Coutinho. Semana passada, com a deflagração da segunda fase da Operação Calvário, o atual governador João Azevêdo decretou intervenção na atuação da empresa que tem sede no Rio Grande do Sul.
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Na última sexta-feira (1º) para dar cumprimento a mandado de busca de apreensão a polícia foi à casa da sousense Livânia Farias, secretária de Administração. O mesmo aconteceu com Waldson Souza, secretário de Planejamento do Estado e com a empresária Analuisa de Assis Ramalho.
De acordo com o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO), mandados de prisão preventiva foram expedidos contra o empresário Daniel Gomes da Silva, Michele Louzada Cardoso e Leandro Nunes de Azevedo, ex-assessor de Livânia Farias e demitido no último dia 11. Ele aparece pegando uma caixa de vinho com dinheiro em um hotel no Rio de Janeiro.
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Lívânia e Waldson
Livânia Farias é apresentada na investigação como a pessoa, no governo de Ricardo Coutinho, responsável pela “qualificação/confirmação da Cruz Vermelha Brasileira/RS como organização social sem que fossem preenchidos os requisitos previstos nos artigos 3º, 4º a 7º, 15 e 33 da Lei Estadual”, diz a peça protocolada na Justiça.
Outro secretário do governo citado na investigação é o titular da Secretaria de Planejamento do Estado, Waldson de Souza. Ele conversa por telefone com Leandro Nunes enquanto ele se dirigia para o Rio de Janeiro, onde receberia a caixa supostamente cheia de dinheiro. O recurso, acredita-se, teria sido usado na campanha pela reeleição do governador, naquele ano.
As investigações mostram outras supostas operações naquele ano. As trocas de mensagens entre Michelle e uma amiga mostraria a angústia dela de vir à Paraíba entre os dias 23 e 24 de setembro daquele ano para suposta entrega de valores que seriam usados na campanha. Ela veio ao estado em voo fretado. A volta foi feita através de voos de carreira. No diálogo com uma amiga, Michelle admite o incômodo com a situação. Diz que, no retorno para o Rio, encontrou outras pessoas supostamente ligadas à organização criminosa, no Aeroporto Castro Pinto, mas agiu com naturalidade e as outras pessoas teriam fingido não tê-la visto. Há relatos ainda de uma terceira entrega de recursos, mas ela teria ocorrido no Rio de Janeiro, sem precisar de novo deslocamento.
Nota do Governo da Paraíba
A respeito de operação realizada nesta sexta-feira pelo Ministério Público da Paraíba, o Governo do Estado da Paraíba reitera:
1 – Que não teme nenhuma apuração equilibrada e imparcial dos fatos e estará sempre à disposição dos órgãos de controle externo para prestar informações e assegurar transparência nos atos administrativos;
2 – Que não aceitará nem se antecipará a responsabilizações de qualquer natureza sem a devida conclusão de processos internos e externos de apuração;
3 – Que manteve contratos regulares com as organizações sociais que atuam em unidades hospitalares deste estado, assegurando investimentos completamente compatíveis com necessidade de custeio dos hospitais públicos estaduais e, especialmente, solucionando problemas crônicos na prestação de serviços registrados no passado;
4 – Que, por isso, considera capciosa a informação registrada em nota do Ministério Público de que a Operação Calvário investiga desvio na ordem de 1,1 bilhão de reais na Paraíba, visto que esse é o valor total destinado de 2011 a 2018 para funcionamento de hospitais do porte do Trauma de João Pessoa, cujos serviços foram indiscutivelmente prestados ao longo destes anos todos;
5 – Que sempre adotou mecanismos de proteção da gestão dos recursos e garantia da qualidade dos serviços prestados pelas organizações sociais, sendo o mais recente dele o Decreto 38952/2019, publicado no Diário Oficial do Estado no dia 25 de janeiro, que assegurou a intervenção do Governo nos contratos de gestão nos hospitais de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, Geral de Mamanguape e Metropolitano Dom José Maria Pires, a fim de manter a qualidade na execução dos atendimentos e a proteção dos recursos públicos investidos;
6 – E, por fim, que defende o modelo de contratação de organizações sociais como caminho mais eficiente para se aprimorar a qualidade dos serviços prestados à população, reduzindo custos e otimizando resultados, como se pôde atestar, claramente, no Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa, cujo atendimento recebeu certificados de qualidade por organizações nacionalmente reconhecidas.
Com informações e imagens de Fantástico, TV Correio e Suetoni