Após denúncia do Ministério Público Federal (MPF) em Patos, no Sertão da Paraíba, Valdivino Honório de Jesus, considerado o maior traficante de animais silvestres do Brasil, foi condenado a 12 anos de reclusão em regime fechado, por prática de quatro atos de lavagem de dinheiro.
A Justiça decretou ainda a perda, em favor da União, de três veículos; a interdição do exercício do cargo que possui na Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado da Paraíba (Emepa), por 24 anos; além de pagamento de multa. O condenado está preso na Penitenciária Romero Nóbrega, em Patos.
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Além da perda dos três veículos decretada nesta sentença, a Justiça decretou, em outro processo, o sequestro da residência de Valdivino, localizada na zona urbana de Patos.
As investigações do MPF apontam que Valdivino obteve com o tráfico um patrimônio de mais de R$ 1,3 milhão, em duas décadas. Ainda segundo a denúncia do MPF, nos mais de 20 anos da prática do crime de tráfico de animais, Valdivino colocava os bens adquiridos com dinheiro do tráfico em nome de “laranjas”.
O condenado descumpriu ordem judicial (medidas cautelares) anterior de pagamento de fiança e comparecimento mensal em juízo. “O descumprimento intencional verificado indica que o referido senhor, além de ‘fazer pouco caso’ das determinações judiciais, procura, mais uma vez, escapar à responsabilização pelos seus atos e se eximir da futura aplicação da lei penal. Por conseguinte, imperativo determinar o seu recolhimento à prisão”, justifica o juiz na sentença, que decretou a prisão preventiva de Valdivino, não tendo o condenado o direito de recorrer em liberdade.
Segundo o procurador da República em Patos, a condenação de Valdivino é um feito considerável, tendo em vista que o condenado agiu durante mais de 20 anos e nunca tinha permanecido preso como agora.
Antes de ser condenado, o traficante já havia sido autuado e detido por pelo menos 14 vezes. Desde 1996, Valdivino Honório se dedica a comprar e vender animais silvestres no mercado ilegal, alguns dos quais em risco de extinção e que, portanto, atraem a competência da Justiça Federal. Segundo investigação do MPF e da Polícia Federal, o Ibama já apreendeu mais de 3.700 animais com o condenado, destinados ao abastecimento do mercado ilegal de animais silvestres. Considerando os bichos não apreendidos, estima-se que o número de animais traficados por Valdivino atinja cem vezes mais a quantidade de animais apreendidos.