Não é de hoje que DAESA e CAGEPA não demonstram uma boa relação. Vez por outra, há conflitos, levando-se em conta que o órgão municipal recebe a água tratada e pronta para ser vendida aos consumidores da cidade de Sousa.
Essa relação conflituosa não ocorre somente quando as gestões são adversárias, mas também quando o Departamento de Sousa e a Companhia do Estado estão do mesmo lado. É o caso de agora.
Próximo dia 18, na Primeira Câmara Cível do Tribunal de Justiça, será julgado o recurso de uma ação impetrada pela CAGEPA, que cobra R$ 30 milhões ao DAESA, fruto das despesas de captação, tratamento e a “entrega de bandeja”, da água aos consumidores sousenses.
Se são do mesmo grupo político, porque esses anos todos, Fábio Tyrone e Ricardo Coutinho nunca sentaram na mesa para dar fim a essa discussão entre os dois órgãos?
Na 5ª Vara da comarca de Sousa, onde a ação teve origem, a Prefeitura venceu. Agora, o Estado espera reverter a decisão em nível de tribunal. Afinal, são R$ 30 milhões que podem escapar pelo ralo, ou melhor, pelo cano.
Cabide de emprego
Com o que arrecada, e ao mesmo tempo, sem pagar nada ao Estado, o DAESA se dar ao luxo de historicamente ter na folha de pessoal, apenas servidores escolhidos pela gestão municipal.
De acordo com dados enviados pelo próprio órgão ao Tribunal de Contas, em junho deste ano, o DAESA apresenta um quadro de 53 funcionários,. Nenhum é efetivo. São 45 contratados e 8 comissionados.
Talvez seja por isso que ao longos dos anos, quem ocupa lugar na oposição diz que o órgão serve apenas de cabide de emprego.
Resumo da ópera: o Estado trabalha e a Prefeitura recebe o bônus.